Falta de clareza nos editais

Hoje eu quero desabafar com você sobre algo que tem me incomodado profundamente nos últimos meses: o descaso de muitos concursos públicos com as provas discursivas.

 

O problema começa no edital

Tudo começa na publicação do edital, no qual já fica evidente a falta de cuidado das bancas. Muitos editais:

  • Não especificam o tipo textual que será cobrado, causando confusão com nomenclaturas (por exemplo, "argumentação" no item de descrição da prova, "discursiva" quanto ao conteúdo; e/ou ou "estudo de caso" nos critérios de correção).
  • Não deixam claro se o conteúdo exigido será apenas do cargo ou do edital como um todo.
  • Não estabelecem uma quantidade mínima ou máxima de linhas.
  • Apresentam critérios de correção genéricos ou sequer os descrevem, e, quando o fazem, mudam de um edital para outro, sem um padrão próprio.

Agora me diz: como o candidato pode se preparar com segurança? Como nós, professores, conseguimos orientar de forma objetiva?

 

Na Prova, os problemas se agravam

Essas falhas iniciais afetam diretamente o desempenho do candidato. Imagine enfrentar a prova do concurso sem saber:

  • Como organizar o tipo textual solicitado ou como distribuir as informações.
  • Qual linguagem adotar.
  • Como ajustar seu conteúdo para escrever mais ou menos linhas do que esperava.
  • Como administrar o tempo disponível.
  • E, ainda, lidar com a cobrança de conteúdos que sequer estavam previstos no edital!

Essas incertezas fazem com que muitos candidatos, mesmo bem preparados, tenham dificuldade em alcançar uma boa performance.

 

Depois da prova, mais frustrações

Os problemas não param por aí. Após a aplicação da prova, surgem novas falhas:

  • Espelhos de correção genéricos, que não detalham o conteúdo.
  • Espelhos que, pasme, não foram elaborados pela banca, como aconteceu no concurso do Inmetro, em que o espelho era texto de um blog.
  • Respostas padronizadas para todos os critérios de correção.
  • Falta de transparência na pontuação, com notas gerais sem especificar cada quesito avaliado.

Tudo isso torna praticamente impossível para o candidato elaborar um recurso eficiente. Sem saber o que errou, ele não tem como argumentar contra sua nota. Resultado? Um aumento enorme na quantidade de recursos enviados, levando a indeferimentos em massa pelas bancas.

 

Resultado: a falta de clareza no edital prejudica a Todos

Você percebe o quanto esses problemas afetam todas as partes envolvidas?

  • O candidato, que investe tempo, dinheiro e saúde mental para se preparar, mas se sente perdido e impotente.
  • Nós, professores, que precisamos de uma "bola de cristal" para orientar os alunos da melhor forma.
  • As bancas, que acabam lidando com um número excessivo de recursos, reclamações e, frequentemente, mancham sua reputação.

 

É Preciso Mudar

A solução está em exigir uma padronização mais eficiente, não genérica, mas adaptada às especificidades de cada banca. Bancas tradicionais como FCC, FGV, Cebraspe e Consulplan já fazem isso há anos.

E você, como candidato, tem um papel fundamental. Assim que o edital é lançado, faça cobranças, solicite retificações. É um direito seu!

Eu, como professora, estou aqui para te ajudar. Minha missão é te movimentar e te preparar para enfrentar essas provas da melhor maneira possível.

As bancas precisam respeitar o trabalho do profissional de Língua Portuguesa, formando comissões próprias para construir critérios de avaliação coerentes com as diretrizes da Linguística Textual. É hora de deixar de priorizar excessivamente a gramática e abraçar as mudanças trazidas pelos estudos dos gêneros textuais.

Chega de tratar a redação de forma precária! Ela é o principal fator de aprovação, capaz de mudar toda a classificação e demonstrar, de forma clara, a capacidade do candidato para assumir o cargo.

Vamos lutar por critérios objetivos, espelhos de correção eficientes e avaliações justas!

Agora, me conta: você já passou por alguma situação revoltante com uma prova discursiva de concurso público? Vamos juntos buscar um caminho melhor nos direcionamentos das seleções.

E se você sente a mesma indignação que eu, ou conhece alguém que também está nervoso, compartilhe este post com amigos e amigas e comece a seguir os canais do Escrever é Praticar.

Nós queremos transformar sua preparação para prova discursiva do seu concurso!

 

Pronto para a discursiva?

Precisa aprender a escrever um texto discursivo do zero ou já conhece a estrutura, mas sente a necessidade de aprimorar com um curso teórico?

Conhece a estrutura e como organizar um bom texto, mas precisa aplicar seus conhecimentos e ter uma avaliação profissional sobre o seu texto?

 

Autor(a): Professora Mariana Santana Marins, idealizadora do Escrever é Praticar. Mestre em Ensino de Ciências Humanas, Sociais e da Natureza (PPGEN - UTFPR, Londrina), formada em Letras pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e Especialista em Língua Portuguesa (UEL). Mais de 10 anos de experiência com aulas de português e redação na educação básica, no ensino superior e em preparatórios para concursos públicos. Revisora de diversas obras.

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